quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Jornalismo é a prática da teorização

Enquanto escolhia as cadeiras que vou cursar no próximo semestre percebi como o curso de Jornalismo poderia ser mais enxuto. Não partilho da opinião de que é desnecessário diploma para ser jornalista, apenas acho que as universidades poderiam elaborar currículos mais centrados na prática exigida pelo mercado da comunicação.

Todo estudante de jornalismo pode se considerar realmente um profissional da área apenas quando consegue um estágio ou emprego. Até então, o conteúdo apresentando na universidade por professores não passa de teoria bruta, pronta para ser lapidada. A faculdade não me ensinou a abordar um entrevistado, retirando dele a resposta que eu precisava. Também não me mostrou como conseguir a divulgação em jornais de um evento que eu estava assessorando. Ela apenas me apresentou técnicas para escrever matérias, mas não como conseguir a informação.

Voltando a observação do currículo. Existem nele cadeiras de arte do século XI, marketing e cultura. Não vejo utilidade nesses conteúdos para minha carreira. Todo jornalista adquire conhecimento ao investigar um fato, algo imposto naturalmente. Essas disciplinas secundárias apenas despistam o objetivo prioritário, que é a formação de profissionais enquadrados na geração futura de comunicadores.

Uma solução seria criar cursos técnicos de Jornalismo, centrando o currículo em práticas de redação em rádio, televisão, internet, que são essenciais e indispensáveis para a formação de um profissional qualificado. É importante apresentar noções de ética nessa universidade do futuro, mesmo que eu discorde em parte da necessidade de teorizar tais conceitos. O profissional mostra-se correto apenas em suas ações profissionais do cotidiano, havendo uma adaptação para sua moral.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O sonambulismo étnico-racial brasileiro no ensino

Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, dando fim a um dos períodos mais tenebrosos da história do Brasil: a escravidão. Mesmo com a liberdade legal, o que se viu ao longo dos anos foi uma falsa impressão de igualdade de direitos entre negros e brancos. A insersão social dos afro-descendetes foi falha em razão da falta de políticas públicas dos governos que se sucederam.

As Leis Federais de números 10.639/2003 e 11.645/2008 tornou obrigatório nos estabelecimentos de ensino Fundamental e Médio, públicos e privados,a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no conteúdo programático. Também inclui no Calendário Escolar o Dia da Consciência Negra, comemorado dia 20 de novembro.

O ensino brasileiro já engloba a discussão étnica-racial nas diretrizes, mas a obrigatoriedade da abordagem propicia um investimento nos material didáticos, com um aprimoramento da investigação da história e cultura dos afro-descendentes.

A sala de aula configura uma sociedade simbólica, onde o professor desempenha o papel dos poders Executivos, Legislativo e Judiciário. Cabe a ele aplicar as leis de bom comportamento como forma de garantir um convicio social salutar entre alunos e docentes. O colégio serve como laboratório para as futuras relações interraciais e social. Nesse aspecto é preciso que este apresente aos mais jovens a verdadeira histórios no negro brasileiro, passando pelo novo cenário que o fim da escravidão trouxe para o país. Também afirmou que toda vez que o professor se omite sobre atitudes erradas que os alunos cometem, ele os ensina que a sociedade os pedoará da mesma forma.

A política para implementação da temática na educação brasileira deve, agora, estar articulada com movimentos sociais e políticas públicas para que, depois da legislação, haja uma real implementação da determinação legal. O sistema antigo de educação brasileira sempre negou a existência de uma outra história que não fosse aquela já esquematizada (Grécia-Europa Medieval-América Descoberta…). Alguém consegue pensar diferente deste “esquema”?

Nações indígenas e africanas podem comemorar parte de uma grande luta, que não está para terminar tão cedo. Desde os tempos da Primeira República (1839/1930) até a edição da Lei 11.645/2008, muitos passos foram dados para a atual incorporação do estudo das civilizações indígenas e africanas na escola brasileira, como, por exemplo, a LDB de 1961 (art. 38, III) que determinava que diferentes culturas serviriam de base para o ensino da História do Brasil. Mas, apenas em 2008, a legislação foi mais severa a ponto de exigir o ensino das duas culturas em escolas brasileiras.

A lei é um passo importante, mas, além do estabelecimento legal, tornar a legislação efetiva através das políticas públicas vai possibilitar o ensino da história fora das linhas de tempo, de local e de civilização pré-estabelecidas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Duas datas comuns: 25 e 31 de dezembro

Chegamos ao final de mais um ano. Sabe o que isso significa na prática? Absolutamente nada. É apenas a passagem de mais um mês para outro. Nada de período de sonhos e realizações. A conquista é desenvolvida para ser colocada em praticada no decorrer de 365 dias do ano. Realizade essa que a mídia e cultura social deturpam.

Ao longo de 20 dias, no mínimo, há uma verdadeira lavagem cerebral de um novo tempo que começou (já se tornou hit musical, inclusive). O final de ano nada mais é que um período de confraternização familiar e social. São festas na emprensa onde trabalhamos e reunião com amigos servindo de ensaio para o ápice: as noites de Natal e Ano Novo. Não estou afirmando com isso que a confraternização é algo desagradável. Apenas afirmo que esse espírito de colaboração mútua deveria ser estendido para todo ano.

As duas últimas semanas do ano comprovam que o consumismo apagou o espírito que o velho Noel nos trasmitias quando éramos crianças, o da esperança. Ao invés de refletirmos nossas atitudes ao longo doas 12 meses, nos auto-flagelamos para escolhes os melhores presentes e a mais perfeita ceia. Sem falar que o brasileiros parece esquecer que janeiro sucede dezembro, ou seja, a compra precede a dívida.

Como seria bom reunirmos familiares e amigos sem o compromisso de repetirmos a tradição de Baltasar, Melquior e Gaspar. Também seria perfeitos refletirmos de forma profunda que realidade estamos concretizando para nosso futuro. Vamos pensar mais no amanhã do que no hoje, até por que enquanto você termina de ler esse texto mais uma data em nosso calendários chega ao fim. E o que você fez nele?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tempo de aprender e ensinar

O Conselho Nacional de Educação aprovou as novas diretrizes curriculares para o ensino fundamental. Uma das determinações do CNE é que todos os alunos devem ser alfabetizados até os oito anos de idade. Também recomenda que as escolas não reprovem os alunos até o 3º ano.

Quanta bobagem. A psicologia aponta que cada criança tem seu tempo para aprender a ler e escrever. O limite estabelecido pelo Ministério da Educação não vai injetar o dom da leitura e da escrita nas veias infantis. As diretrizes deveriam ser focadas em outro aspecto: a qualidade do ensino público. Muitas instituições disponibilizam péssima estrutura no ambiente escolar, desqualificando o método de ensino.

É preciso urgentemente reformular o conteúdo programático de nossas crianças. Aulas de cidadania e relacionamento humano são mais prioritários que a mecanização do tempo para o ensino. Cada criança apresenta vistudes e desafios a serem cumpridos, sendo necessário um atendimento individual. Ainda vai chegar o tempo que o aluno vai ser tratado conforme suas demandas, não automatizado para o atendimento coletivo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eticamente moral ou moralmente ético?

Viver a realidade não significa entender a realidade. A necessidade de competir de
forma full-time impede que sigamos preceitos de reflexão do passado em razão da ausência de humanismo em certas decisões e o interesse pessoal acima do coletivo. O ser humano abandonou o interesse em descobrir sua origem, pois o factual é fundamental para a sobrevivência nesta eterna competição chamada vida.

Este processo altera o estado de consciência moral do ser humano, formado ao longo da vida. A infância caracteriza-se pelo momento de descoberta dos meandros da realidade do mundo. A fala, os objetos e a distribuição corporal formam esse mundo imaginário para a criança. Neste aspecto a família exerce um papel fundamental: apresentar os mecanismos de utilização dessas “ferramentas”.

No entanto, a realidade é a harmonização social, tão fundamental para o inter-relacionamento humano, sendo substituído pela “mecanização dos sentimentos”. Confunde-se muito moral e ética. Teoricamente, moral é entendida como o modo de
vida de cada um, baseado em normas impostas pela sociedade, enquanto ética é a reflexão crítica da moral. Entretanto, estas regras sociais são seguidas por muitos de
forma indiscriminada.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência que o leva a
distinguir o bem do mal no contexto em que vive, surgindo quando o homem passou a
fazer parte de agrupamentos, isto é, nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos.
A diferença prática entre Moral e Ética é que esta última é o juiz das morais. É uma
espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental
é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.

A Moral não é somente um ato individual, mas também é um empreendimento social.
Precisamos, no entanto, compreender tais atitudes a partir da cultura do povo que
o indivíduo está integrado. O episódio da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte
no Irã por apedrejamento sob a acusação de manter uma “relação ilegal” com dois homens, é um exemplo de como a moral e a ética estão interligadas aos costumes de
cada nação. O Islã, religião vigente naquele país, permite esta atitude em nome da
“moral e dos bons costumes” oriental. Entretanto, se o mesmo ato fosse cometido em
território ocidental, a atitude seria diferente. O limite cultural é atingido com a desumanidade social.

Progresso imoral

Sociedade “é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, constituindo uma comunidade”. As caracteristicas de seus integrantes, no entanto, diferem-se ao longo da história, conforme o progresso histórico-social da cultura.

A escravidão impôs a ideia que um ser humano poderia assumir direitos de propriedade por meio da força sobre outro indivíduo considerado um rélis mortal pela sociedade. Esse pensamento retrógrado foi supostamente modificado com o surgimento do Feudalismo, quando da queda do Império Romano. A sociedade da época dividia-se em uma pirâmede invertida formada pelo Clero, Nobreza, Servos e Vassalos. Ao invés da exploração física do período anteriormente citado, instalou-se a economia baseada na agricultura de subsistência. Com o advendo do Capitalismo, via de regra o interesse humano voltou-se a busca frenética por bens materiais.

Uma análise superficial do cenário acima caracterizado poderia apontar uma evolução na moral social. A realidade, entretanto, mostra que houve uma adaptação para as necessidades da nova sociedade. Caracteristica surgida pela diversidade de culturas e costumes. No passado, por exemplo, o credo religioso era restrito ao catolicismo; hoje, entretanto, seitas religiosas foram criadas por dissidente de tais costumes.

O ser humano alcança o progresso moral quando tem ciente a forma que deve agir diariamente no convívio social e familiar. Esta forma de ação, no entanto, precisa estar ligada ao cumprimentos das leis vigente na cultura que seguimos e vivemos. Para tanto, é preciso que os indivíduos assumam de forma consciente as consequencias que seus atos poderão trazer. Tais escolhas devem estar moralmente justificadas.

Aristóles dá base a esse pensamento na medida que aponta duas condições para que o agente moral seja avaliado em sua moral. Segundo ele, “o sujeito não deve ignorar nem as circunstâncias nem as consequências de sua ação”.

A linha evolutiva humana trouxe consigo a necessidade do trabalho coletivo. A liberdade moral é responsável por comprometer a integridade social, ou seja, buscar resultados individuais tornou a sociedade um ambiente de constante disputa. O ser humano atinge o progresso moral quando seus atos voluntários agem de forma harmônica com os interesses da coletividade. O que se observa é a instauração da disputa entre o singular e o plural.

O respeito ao pensamento do semelhante é o primeiro pressuposto para o convívio social. Na Inglaterra, por exemplo, há um forte conflito entre skin reds com judeus e árabes. Diferença no credo religioso é o estopim para graves confrontos físicos entre eles. A questão é grave, pois não é aceitável que um nativo queira interferir nos costumes de um estrangeiro que vive no mesmo território.

A sociedade de hoje, onde o “capitalismo moral” vigora, só conseguirá alcançar seu verdadeiro papel e significado quando seus integrantes conseguirem trocar experiências com outras culturas. Atitude essa que deve acontecer respeitando-se a moral e costume dos semelhantes.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um pavio curto chamado WikiLeaks

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pode ser considerado o homem mais corajoso do mundo. Divulgar 250 mil documentos secretos que tornou público a obscuridade atraiu a ira dos homens mais poderosos do mundo pelo fato de tornar público a obscuridade de governos de todos os continentes. A primeira imagem que esse australiano de 29 anos transmite é de um homem perspicaz, mas na verdade é um Robin Hood do terceiro milênio.

Não esqueçamos que tais documentos foram obtidos de forma obscura, à margem da lei. Está certo que apenas dessa forma pode-se descobrir irregularidades. Não é o caso. O conteúdo revelado na verdade não revela nada. São apenas opiniões pessoais a respeito de presidentes, chanceleres . É uma brincadeira digna do jogo verdade ou consequência, um falso teste na moral alheia. Seria um grande feito se as denúncias configurassem um Watergate II, não um rastilho de pólvora curta.

Mesmo assim repudiu as relaliações que Julian está sofrendo: fechamento de contas bancárias, site fora do ar e prisão na Suécia. Essa é a prova cabal que fazemos parte de uma sociedade camuflada em esteriótipos.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Natal consumista e sentimentalista

"Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez". A letra é tema de final de ano desde a Idade da Pedra. Estou exagerando, claro. Mas desde que fui apresentando nesse mundo ouço Simone interpretando a música Então é Natal em programas dos mais variados estilos. o sentimentalismo envolvido na mensagem é um rastro do verdadeiro sentimento na mudança de ano.

A palavra natal em inglês é christmas, a união de duas palavras (christ e mass) que significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido pois coincidia com os festivais pagãos chamados à natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrada em 25 de dezembro.

O verdadeiro espírito de Natal busca celebrar a união familiar, tendo como maior valor difundido o carinho e o respeito. Percebe-se, no entanto, que o Capitalismo assumiu a organização dessas festividades. O ato de trocar presentes à meia-noite de 25 de dezembro segue a tradição dos reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar, que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. O espírito consumista de hoje tornou tal atitude um verdadeiro martírio.

Propagandas de produtos extremamente caros despertam a cobiça e crianças, jovens e adultos. Não condeno aqui essa situação, apenas considero que as dificuldades financeiras impedem que muitas pessoas adquiram os regalos desejados, trazendo uma frustração depressiva.

Como seria bom experimentarmos uma noite de Natal regada apenas por gargalhadas e troca de confidências, sem o receio de entregar um presente que desgoste o próximo. É uma utopia, eu sei. No entanto, não custa dizer que "É Natal, pro enfermo e pro são.
Pro rico e pro pobre, num só coração. Então bom Natal, pro branco e pro negro.
Amarelo e vermelho, pra paz afinal".

sábado, 4 de dezembro de 2010

Competitividade amistosa

O relacionamento humano é um mistério maior que a fórmula do Guaraná Antártica. O olhar resultado de uma desconfiança muitas vezes diz mais que uma simples palavra. A sociedade de oportunidades, para não dizer oportunista, tornou senso comum agirmos de forma meticulosa. Vivemos em um Big Brother obscuro, onde somos interpretados e analisados conforme nos posicionamos de forma sincera e verdadeira.

O direito ao livre arbítrio é algo muito abstrato para o nível de competição encontrado na sociedade. Infelizmente vivemos em uma sociedade moldada por personagens fictícios encorpados em nossa personalidade. É o sujeito heterônomo, onde somos obrigados aliciados por gângster da massificação social.

Motivos são diversos: inveja, competitividade e raiva. Seria um verdadeiro oásis participar de um grupo social onde a função, e não papel, de cada um seja respeitado. O limite para intervenção é mais extenso que aquele observado por muitos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O limite entre o Jornalismo e a vida

O encerramento da edição de hoje (25) do Jornal da Record surpreendeu ao apresentar o nome dos cinegrafistas envolvidos na cobertura na guerra urbana entre traficantes e policiais no Rio de Janeiro. O reconhecimento é louvável em razão do risco que os profissionais da comunicação enfrentam para levar ao grande público fatos como esse.

A iniciativa me fez refletir qual o limite na busca pela informação. Há oito anos, o repórter Tim Lopes foi morto de forma cruel por traficantes de uma favela carioca. Muitas pessoas criticaram o fato de Lopes arriscar-se ao gravar imagen do local sem qualquer proteção. A paixão pela investigação de irregularidades desperta em jovens e experientes profissionais da comunicação uma falta camada protetora.

O risco é iminente, mas o prazer oriundo de uma denúncia levada ao ar compensa. Por outro lado, nada é mais na vida que a integridade física, privilégio colocado na linha tênue que sustentam microfones, câmeras, gravadores, canetas e blocos.

Mesmo com a expansão da internet, as oportunidades para jornalistas está cada vez mais exíguo. Chegam ao seleto grupo dos empregados apenas aqueles que obtém de forma contínua os "furos" (informações em primeira mão no jargão popular). A pressão, no entanto, cega chefes e funcionários do risco do limite na investigão.

Minha intenção não é criar a categoria de jornalistas que não saibam enfrentar desafios, mas sim mostrar que, ao contrário do poder policial, não possuímos treinamento específico para enfrentar situações de perigo extremo. Tudo é questão de estruturação.

sábado, 20 de novembro de 2010

Dinheiro no bolso não é sinônimo de motorista qualificado

No dia da Proclamação da República, feriado que registrou centenas de mortes em todo Brasil pela carnificina do trânsito, um comentário causou polêmica. Luiz Carlos Prates, da RBS TV Santa Catarina, deu uma idédita justificativa pelas mortes nas estradas brtasileiras:

- Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito nunca leu um livro, mora apertado numa gaiola que chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade de vida, mas tem um carro na garagem. Resultado desse governo espúrio que popularizou, pelo crédito, o carro para quem nunca tinha lido um livro.


Preconceito é a palavra certa para caracterizar esse pensamento, já que a ignorância e a irresponsabilidade de motoristas indepedende de classe social. O que diferencia o condutor verdadeiramente habilitahdo ou não para dirigir um veículo é a educação recebida ao longo da vida e, tecnicamente falando, dos centros de condutores. A classe baixa brasileira, segundo o IBGE, abrange hoje 34,2% da população total tupiniquim. São anônimos que estruturam o território nacional para o desenvolvimento econômico para que a classe alta acumule lucros para o PIB nacional. O cenário acima comprova que comentários de Prates da vida resultam de um pensamento retrógrado.

Leitura de livros nem sempre ensinam como dirigir defensivamente, pois "Manuéis Antônios de Almeidas" da vida não reproduzem em seus escritos a íntegra do Código Nacional de Trânsito. Esse tipo de cultura é fundamental, mas deve estar ligada a conceitos de cidadania, aprendizado esse que é abdicado nos currículos escolares.

O preconceito social é um fantasma que nem os Ghostbusters conseguiriam acabar. Educação não está ligada ao peso da carteira e da conta bancária, mas sim a um pensamento de igualdade de direitos para cidadãos brasileiros.

domingo, 14 de novembro de 2010

A verdadeira generosidade

Na era da informação, falta conhecimento e reflexão. Recebemos todos os dias milhares de notícias, conceitos e opiniões que, fragmentados com a própria repetição, acabam afastando os indivíduos da experiência que é tomar consciência de si mesmo e dos outros.

Generosidade é conhecida como a virtude que uma pessoa ou o animal tem quando acrescenta algo ao próximo. É quando o indivíduo que dá algo a alguém tem ou não o suficiente para dividir. São consideradas pessoas generosas as que se sentem bem em dividir alguma coisa com seu próximo, sem esperar nada em troca.

Segundo René Descartes, a generosidade é apresentada como uma despertadora do real valor do “eu” e, ao mesmo tempo, como mediadora para que a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento, acabando assim a causa do erro. Neste caso, a generosidade, como uma forma de sabedoria, exerce a condição de mediação entre virtude (vontade) e conhecimento (entendimento).

Para Descartes, o conhecimento da natureza humana é fator de suma importância para a prática da vida. Desse modo, os erros decorrem da ignorância do “eu” a respeito de sua própria natureza e do seu modo de ser e agir. A generosidade é o conhecimento da resposta a uma das mais importantes questões que o "eu" pode propor: por que deve ele estimar-se ou desprezar-se? A resposta é pela felicidade que se dá pelo conhecimento da verdade, isto é, da sabedoria. Portanto, é a mediação efetiva entre a vontade e o entendimento, pois o "eu" alcança o grau máximo da sabedoria, isto é, a ciência da moral.

Porém, o real conceito de “generosidade” vem sendo estudado e debatido por diversos estudiosos. André Comte-Sponville, autor do livro Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, por exemplo, coloca-nos diante da possibilidade de examinar miudamente, dentre outras virtudes, o sentido de generosidade.

Quem nunca associou generosidade à solidariedade, justiça, amizade e ao amor? Vivemos atualmente em um ambiente repleto de idéias competitivas, onde a vitória de um torna-se necessariamente a derrota do outro, e nada se justifica sem compensação. O filósofo em questão sustenta a tese que dentre as virtudes a generosidade é fundamentada na falta de interesse em qualquer retribuição.

Comte-Sponville defende o seu ponto de vista fazendo uma comparação entre a generosidade e as virtudes que costumam ser facilmente confundidas com ela. Para ele, solidariedade é “um estado de fato antes de ser um dever; depois um estado de alma (que sentimos ou não), antes de ser uma virtude ou um valor”. Desse modo solidariedade pressupõe coesão e interdependência de interesses. Nos movimentos políticos, tantos os integrantes de um partido como os seus oponentes são solidários entre si, isto porque possuem os mesmos interesses. Dessa forma, “ao defender o outro nada mais faço do que defender a mim mesmo”. O que leva crer que o procedimento tem muito mais a ver com egoísmo do que com solidariedade.

Luiz Renato D’Agostini e Ana Paula Pereira Cunha seguem a mesma linha para demonstrar a diferença entre ser generoso e ser solidário. “O comportamento solidário já estava presente no ser social que evoluiu para humano. Já generosidade é manifestação genuinamente humana, essencial para a construção da humanidade. A diferença entre solidariedade e generosidade é semelhante àquela que existe entre cooperar e doar muito grande”. Então, não é incomum a generosidade estar presente em algum ato solidário. Contudo, é mais comum encontrar solidariedade entre humanos com intenções [des]humanas.

Para Comte-Sponville, ser generoso, por exemplo, é diferente de ser justo. A justiça argumenta, trata de atribuir a cada o que é seu, mas generosidade cuida de oferecer o que é de quem oferece e falta ao outro. Justiça está ligada ao que é intelectual, objetivo e universal, e a generosidade é mais espontânea, subjetiva e afetiva. Logo, generosidade é agir não em razão de uma determinada lei.

Há também os que confundem amor com generosidade. Ser generoso é exatamente dar sem amar. Só precisamos de generosidade na falta de amor, pois ela depende da vontade e o amor não. A generosidade, segundo o autor, é a virtude do dom, pode ser o dom do dinheiro ou o dom de si mesmo. A verdadeira virtude é colocada em prática quando o indivíduo oferece o que pode faltar, ou então aceita dispor apenas do necessário, aumentando as possibilidades de outros usufruirem o essencial.

Generosidade não deve ser um objetivo de vida, mas sim consequência de reflexão da sociedade desigual. O anonimato é a forma ideal de demostrar esse nobra sentimento, sem a rotulação de um cidadão politicamente correto.

domingo, 7 de novembro de 2010

A filosofia Beatles de viver

O assunto mais comentado em Porto Alegre nas últimas semanas é o show de Paul McCartney esta noite. Do nada surgiram profundos conhecedores das letras dos Beatles. Confesso que as múicas deles nunca me chamaram atenção. Isso mudou quando tive de fazer um trabalho para a universidade sobre a mensagem transmitida pelo quarteto de Liverpool. Confesso que gostei. As letras de todas as músicas provocam uma reflexão sobre o que significamos para o mundo.

“Quando eu me encontro em tempos difíceis Mãe Maria vem a mim falando palavras de Filosofia, deixe estar./ E na minha hora de escuridão ela está parada bem na minha frente falando palavras de Filosofia, deixe estar./ Murmura palavras de sabedoria, deixe estar”. Quando os Beatles apresentavam esse pensamento na música Let It Be, o objetivo não era protestar de forma simplista e reacionária sobre a moral da sociedade inglesa da década de 70, mas sim propor uma reflexão sobre a forma que devemos conduzir nossas vidas. Essa interpretação sobre os conflitos internos do ser humano também é discutida pelo filósofo alemão Martin Heidegger.

A rotina diária, resultado de inúmeros compromissos, transformou o ser humano em um “prisioneiro de si mesmo”. Apliquemos, para tanto, a definição dada por Heidegger. Para o filósofo, a sociedade composta por estes indivíduo é composta pelos Das Man, pessoas que não buscam respostas para o sentido da existência de cada um. “O homem está fora das coisas”, afirma Heidegger na obra "O Ser e o Tempo". Segundo esse pensamento, o indivíduo vive até o fim de seus em um mundo no qual ele foi jogado. Estando lá (Da-sein), constitui algo à parte (Verfall), mas está no ponto de ser submergido nas situações. É continuamente um projeto (ent-wurf), mas pode ser submergido nos conflitos internos a ponto de ser absorvido temporariamente (Aufgehen in).

A característica do das Man é a conversa inócua (Gerede) e a curiosidade (Neugier). No Gerede, o que fala e o ouvinte não estão em nenhuma relação pessoal genuína ou em qualquer relação intima com aquilo sobre o que falam, portanto, conduz à superficialidade. A curiosidade é uma forma de distração, uma necessidade para o "novo," uma necessidade para algo "diferente," sem interesse ou capacidade de maravilhar. São essas formas de reflexão que inspiraram John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

A Industrialização e o Capitalismo, embora rentáveis para o desenvolvimento da sociedade, trouxeram uma grave mudança no comportamento social: a atenção para o próximo. A humanização, em muitos aspectos, deu lugar à mecanização comportamental. Na música “Good Morning, Good Morning”, os Beatles demonstram quão simples, porém fundamental, é o desejo de bom dia entre pessoas. Heideggen considera esse convívio uma oportunidade para troca de experiências, possibilitando que o ser humano comece a interpretar os aspectos da vida através da comunicação do real sentido da existência.

Os Beatles apontam em suas músicas que vivemos em um mundo inautêntico. Essa maneira de vida do homem no mundo revela o próprio modo de ser cotidiano, onde nos encontramos em uma existência imediata. A despreocupação com a busca de respostas resulta em uma compreensão superficial sobre o que acontece no mundo. O resultado é a falsa idéia de que nosso sentido existencial já foi compreendido.

Comumente nos deparamos com situações em que a falta de interesse em interpretar o real sentido de um acontecimento resulta em uma insegurança para a resolução de problemas. Os roqueiros de Liverpool apresentam este cenário na música “A Day in the Life”, apresentando uma resposta para a sociedade inautêntica que falamos anteriormente: “E embora as notícias fosse tristes... bem, eu tive que rir”. Essa dicotomia de sentimentos é causada pela forma superficial que poucas pessoas buscam respostas para o sentido da existência diária. Martin Heidegger caracteriza tal atitude com a queda do ser humano, ou seja, a percepção de que estamos presos a uma situação geradora de um conformismo imediato da inautenticidade.

O quarteto dos Beatles busca em suas músicas uma solução para dar fim a esse conformismo. Eles nos despertam com seu chamado à autenticidade, nos forçam a reconhecer nossa absorção na mentalidade coletiva de um mundo impessoal. Para tanto, lançam o desafio de considerarmos as pessoas que estão em nossa volta como seres humanos com características particulares, não mais como parte de uma sociedade, o Das Man, conforme visto anteriormente.

A busca pela autenticidade é inversamente proporcional a ausência de significado de nossas vidas. A estranheza, classificada por Heidegger como Unheimlichkeit, é o ponto que o ser humano chega ao perceber que não sabe sua missão na Terra. A partir daí, ele busca a resposta para todas as perguntas existenciais.

Não devemos consideram os Beatles como tolos divulgadores de filosofias sem importância. Na realidade, eram quatro seres humanos que tinham como objetivo demonstrar a importância de refletirmos sobre nosso papel na vida. Daí vem a importância de refletirmos sobre o que está por trás de cada acontecimento que passamos ao longo de nossas vidas. Para tanto, é fundamental que tenhamos personalidade suficiente para agirmos conforme nosso pensamento e vontade, mesmo que estes sejam diferentes do que a sociedade e a cultura local defendem. Só assim, poderemos enfrentar as dificuldade impostas pela vida de uma forma autentica.

sábado, 6 de novembro de 2010

Meio termo entre fã e fanático

Enganam-se aqueles pensa que fanatismo é coisa de adolescente. Adultos idolatram personagens carimbados na mídia. São cantores, atores e jogadores de futebol os mais assediados pelo público em geral. Fico pensando o que leva uma pessoa comum a "endeusar" um ser humano destacado pelo grande público. Seria admimiração ou transferência de frustração?

Muitos psicólogos afirmam que os adolescente idolatram seus ídolos na busca de uma referência exterior à família na qual possa se espelhar. Confesso que nusca idolatrei de forma ferrenha uma pessoa famosa.

Não aceito que um ser humano seja considerado a outro. O trabalho desempenhado e divulgado pela mídia não garante um caráter irrepreensível. Uma palavra e uma imagem nem sempre garantem uma retórica perfeita.

A ciência explica essa adoração exagerada. O reforço na produção do hormônio oxitocina moldam as paixões arrebatadoras. Sou um confesso observador das atitudes humanas. Um olhar vale mais que mil palavras. Ao contrário de idolatrar, eu admiro muitas pessoas pelo seus caráter. Por isso, não posso usar como único critério para venerar uma pessoa pelo seu trabalho, mas sim pelo olhar atrás das câmeras.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Como ter inspiração para escrever

Nós, soldados da comunicação, somos reféns da obrigação de estarmos infinitamente inspirados para escrever. São assuntos, muitas vezes sem maiores detalhes, que precisamos transformar em parágrafos quilométricos. Esse dilema diário é um desafio para cérebros que ainda sofrem as consequencias da "priguicite aguda" do Ensino Médio.

Nossa fórmula de Bháskara é o 3Q + COP (Que, Quem, Quando, Como, Onde e Porque). Não há notícia sem essa sequencia, e não existe sequência sem esse lead. Ouço essa definição desde que entrei na faculdade de Jornalismo. Conceito correto, mas que pode ser melhor adaptado. Mas onde entra a criatividade nessa história?

Desde que ingressamos na vida acadêmica, quando surgem os primeiros cabelos brancos, somos incentivados a termos personalidade suficiente para sermos criativos em nossos escritos. Só esqueceram de avisar o mercado de comunicação.

Nossos professores do Ensino Médio dizem que a inspiração para escrevermos um texto vem com a leitura diária. Isso é uma meia verdade (o que não existe, assim como mulher meio grávida). O estado de espírito é que nos guia a transformar um pensamento em ideias, não a obrigação.

Imagina você tendo que escrever cinco longas matérias em um único dia? Impossível? Nem tanto. Vou modificar minha linha de raciocínio (viram como nem sempre precisamos do 3Q + COP?). O Jornalismo é um profissão que poucos apresentam a capacidade de obter sucesso. Basta gostar dessa verdadeia filial do hospício.

Rotina e Jornalismo são palavras que não demonstram simpatia uma pela outra. Por incrivel que parece é esse o gostinho de quero mais que deixa em todos nós. Investigarmos, mesmo que não sejamos detetives, fatos novos é o verdadeiro meio de conhecimento, que livro nenhum da universidade nos ensinam.

A oportunidade de falarmos com médicos, engenheiros, advogados, políticos e pessoas anônimas é um desafio diários Como obtermos detalhes de um assunto sem ao menos conhecermos a pessoa? É nesse instante que usamos a boa e velha lábia, aprendida pelos corredores da vida (prática, não acadêmica).

Perceberam que até agora eu já escrevi sete parágrafos? Acabo de infringir mais uma lei do Jornalismo: a objetividade. Como eu não estou escrevendo profissionalmente, posso colocar tudo que me vem a cabeça.

Confesso que estou com um sentimento de culpa por ocupar tanto tempo de quem lê esse texto. Para encerrar, ou inverter a pirâmide invertida do Jornalismo, e colocar o lead no final: para escrever, basta um lápis na mão e uma ideia na cabeça. Caso um professor leia esse texto, saiba que continuo seguidor do bom e velho feijão com arroz chamado 3Q+COP.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Internetês viciante

A internet é a maior criação da humanidade desde a barra de chocolate. Essa maravilha nos colocou em contato com os acontecimentos de Tongamoiangada até Tonga da Mironga do Kabulete. Mas também existem suas desvantagens. A possibilidade de acessar páginas de variados assuntos proporcinou o nascimento via parto permaturo da maior maldição desde a gordura causada pelos supérfulos da gula: o "internetês".

Aeh, vc axa xto e colicado endet uma frse d um innauta? Alguém entendeu o que eu afirmei na frase anterior? Não? Muitos jovens utilizam esse vocabulário não apenas com a tribo mais complexa da humanidade: adolescentes. O costume de fazer uso de uma linguagem dita "moderna" é muitas vezes estendido a fase adulta, especialmente profissionalmente

Não quero ser o "Joãozinho do Passo Certo". A questão é que uma pessoa desenvolve a capacidade de escrever se mantiver a gramática correta em qualquer forma de comunicação oriunda da escrita cuneiforme.

Obviamente não precisamos ser formais durante uma conversa pelo MSN, mas é importante não equecer o legado que Machados de Assis, Aurélios Buarques e Jorges Amados nos deixaram. Vlw pla letura. Ops, quero dizer: obrigado pela leitura.

Jornalismo? Que Jornalismo?

Todo pai e mãe sonham em ver seu filho escolhendo uma carreira que renda frutos (traduzindo: dinheiro), seja em dinheiro ou satisfação. Medicina, Direito, Administração e Econômia são as áreas ilusoriamente garantia de riqueza. Tola ilusão.

Lembro da reação de meus parentes quando eu decidi cursar Jornalismo, especialmente por parte daqueles formados na mesma área. Mas essa é uma paixão antiga. Desde a minha infância o rádio e a televisão foram, ao mesmo tempo, fontes de conhecimento e um santuário. Todos ficavam espantados quando eu dizia que preferia o rádio AM. Afina, o que levava um guri de 10 anos a ouvir emissoras de notícia? Era um claro sinal que eu deveria adotar o Jornalismo.

Chegando na universidade me deparei com o verdadeiro Jornalismo. Aprendi que todo profissional da área deve ser isento na investigação de uma informação. Descordo dessa teoria, já que temos de nos posicionar na diferenciar uma fonte confiável ou não. Além disso,somos reféns de uma rotina infinita. Não temos vida social, só profissional. Experimente reuniur um grupo de jornalistas em um happy hour para ver se o assunto principal não vai ser Jornalismo. Mas é claro que os bastidores terão destaque especial.

Também percebo que precisamos estar informados com o que acontece da Groelândia ao Tongo. Mesmo durante as raras folgas instintivamente buscamos um compiutador, televisão ou rádio para nos atualizarmos. É dever.

Outro sintoma que você adquiriu o vírus chamado Jornalismo é que nunca mais se acompanha um meio de comunicação como um simples espectador. Se você assiste um programa de televisão vai observar o enquadramento do cinegrafista e o stand up do repórter. No rádio, analisamos o tom de locução do apresentador. É mais um sinal da doença "Jornalistite Aguda".

Por incrível que pareça, gosto dessa loucura. É muito bom escrever uma matéria, editar uma sonora ou gravar um off. Mesmo sabendo que o meu futuro vai ser celebrar o falecimento da minha carteira de dinheiro, com a missa de 7º dia devidamente ministrada pelo gerente do banco, o manicômbio (mais conhecido como Jornalismo) é um dádiva. Viva as redações lotadas! Viva a correria do fechamento de um jornal! O futuro é trabalhoso, mas satisfatório.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O barulho silencioso

O ritmo acelerado imposto por uma rotina de trabalho e estudos nos transformou em reféns da rotina. Trânsito, telefone, televisão e rádio constituem nosso pote de ouro para sobrevivência. Nesse contexto, a pausa para reflexão se tornou algo inalcansável. Sendo assim, o silêncio rompeu relações com nosso ritmo.

Mas será que o silêncio é saudável? Acredito que não. A rotina se torna prazerosa quando atuamos na área de nossa preferência. Para pessoas como eu, que atuam na área da comunicação, um dia de diversas tarefas profissional e estudantil se tornam muito mais um momento de diversão, do que de obrigação, sempre de forma séria.

Por essas e outras considero o silêncio um momento perigoso para a reflexão, positiva ou não, de nossos papel nessa vida. Dessa forma, prefiro o descanso oriundo do cansaço, do que uma pausa para reflexão.

O futuro é agora

O fim de tarde primaveril que eu observo da janela de casa enquanto começo a digitar essas palavras me inspiram a refletir sobre o futuro. Não vou ser piegas de afirmar que esse ponto de luz é tão somente a consequencia de nossos atos hoje. Pelo contrário, o amanhã só acontece se vivermos o hoje. Mas de que forma?

São raras as pessoas que contam com um projeto estabelecido. Fico espantahdo pois estas não planejam seus passos para o amanhã, simplismente seguem a letra de Zeca Pagodinho, e deixam a "vida lhe levar". Não é justo que estes obtenham sucessos social e profissionalmente, enquanto aqueles que se organiam tornan suas vidas "militarizada".

As normas que imperam hoje na sociedade são muito rigorosas. O exterior se tornou mais importante que o interior do ser humano. Está tudo errado! O estético não é, nunca foi e nunca pode ser mais importante que o conteúdo tem para apresentar.

Não quero parecer chato, mas percebo que a extravagância é muito mais reconhedida que a reflexão. Tenho ciência que a ação deve se antepor a um pensamento, mas o tempo é algo relativo para tal. A lentidão que, para alguns, é interpretada com um atraso, precisa ser analisada com uma preparação mais tardia, porém atemporal.

Cada ser humano tem seu tempo. Vivemos em uma sociedade amorfa, onde seus individuos adaptam-se as suas normas de conduta sem ao menos interpretá-las. Será que é tão errado ter personalidade de não se submeter a regra geral? Penso que não.