quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Jornalismo é a prática da teorização

Enquanto escolhia as cadeiras que vou cursar no próximo semestre percebi como o curso de Jornalismo poderia ser mais enxuto. Não partilho da opinião de que é desnecessário diploma para ser jornalista, apenas acho que as universidades poderiam elaborar currículos mais centrados na prática exigida pelo mercado da comunicação.

Todo estudante de jornalismo pode se considerar realmente um profissional da área apenas quando consegue um estágio ou emprego. Até então, o conteúdo apresentando na universidade por professores não passa de teoria bruta, pronta para ser lapidada. A faculdade não me ensinou a abordar um entrevistado, retirando dele a resposta que eu precisava. Também não me mostrou como conseguir a divulgação em jornais de um evento que eu estava assessorando. Ela apenas me apresentou técnicas para escrever matérias, mas não como conseguir a informação.

Voltando a observação do currículo. Existem nele cadeiras de arte do século XI, marketing e cultura. Não vejo utilidade nesses conteúdos para minha carreira. Todo jornalista adquire conhecimento ao investigar um fato, algo imposto naturalmente. Essas disciplinas secundárias apenas despistam o objetivo prioritário, que é a formação de profissionais enquadrados na geração futura de comunicadores.

Uma solução seria criar cursos técnicos de Jornalismo, centrando o currículo em práticas de redação em rádio, televisão, internet, que são essenciais e indispensáveis para a formação de um profissional qualificado. É importante apresentar noções de ética nessa universidade do futuro, mesmo que eu discorde em parte da necessidade de teorizar tais conceitos. O profissional mostra-se correto apenas em suas ações profissionais do cotidiano, havendo uma adaptação para sua moral.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O sonambulismo étnico-racial brasileiro no ensino

Em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, dando fim a um dos períodos mais tenebrosos da história do Brasil: a escravidão. Mesmo com a liberdade legal, o que se viu ao longo dos anos foi uma falsa impressão de igualdade de direitos entre negros e brancos. A insersão social dos afro-descendetes foi falha em razão da falta de políticas públicas dos governos que se sucederam.

As Leis Federais de números 10.639/2003 e 11.645/2008 tornou obrigatório nos estabelecimentos de ensino Fundamental e Médio, públicos e privados,a inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena no conteúdo programático. Também inclui no Calendário Escolar o Dia da Consciência Negra, comemorado dia 20 de novembro.

O ensino brasileiro já engloba a discussão étnica-racial nas diretrizes, mas a obrigatoriedade da abordagem propicia um investimento nos material didáticos, com um aprimoramento da investigação da história e cultura dos afro-descendentes.

A sala de aula configura uma sociedade simbólica, onde o professor desempenha o papel dos poders Executivos, Legislativo e Judiciário. Cabe a ele aplicar as leis de bom comportamento como forma de garantir um convicio social salutar entre alunos e docentes. O colégio serve como laboratório para as futuras relações interraciais e social. Nesse aspecto é preciso que este apresente aos mais jovens a verdadeira histórios no negro brasileiro, passando pelo novo cenário que o fim da escravidão trouxe para o país. Também afirmou que toda vez que o professor se omite sobre atitudes erradas que os alunos cometem, ele os ensina que a sociedade os pedoará da mesma forma.

A política para implementação da temática na educação brasileira deve, agora, estar articulada com movimentos sociais e políticas públicas para que, depois da legislação, haja uma real implementação da determinação legal. O sistema antigo de educação brasileira sempre negou a existência de uma outra história que não fosse aquela já esquematizada (Grécia-Europa Medieval-América Descoberta…). Alguém consegue pensar diferente deste “esquema”?

Nações indígenas e africanas podem comemorar parte de uma grande luta, que não está para terminar tão cedo. Desde os tempos da Primeira República (1839/1930) até a edição da Lei 11.645/2008, muitos passos foram dados para a atual incorporação do estudo das civilizações indígenas e africanas na escola brasileira, como, por exemplo, a LDB de 1961 (art. 38, III) que determinava que diferentes culturas serviriam de base para o ensino da História do Brasil. Mas, apenas em 2008, a legislação foi mais severa a ponto de exigir o ensino das duas culturas em escolas brasileiras.

A lei é um passo importante, mas, além do estabelecimento legal, tornar a legislação efetiva através das políticas públicas vai possibilitar o ensino da história fora das linhas de tempo, de local e de civilização pré-estabelecidas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Duas datas comuns: 25 e 31 de dezembro

Chegamos ao final de mais um ano. Sabe o que isso significa na prática? Absolutamente nada. É apenas a passagem de mais um mês para outro. Nada de período de sonhos e realizações. A conquista é desenvolvida para ser colocada em praticada no decorrer de 365 dias do ano. Realizade essa que a mídia e cultura social deturpam.

Ao longo de 20 dias, no mínimo, há uma verdadeira lavagem cerebral de um novo tempo que começou (já se tornou hit musical, inclusive). O final de ano nada mais é que um período de confraternização familiar e social. São festas na emprensa onde trabalhamos e reunião com amigos servindo de ensaio para o ápice: as noites de Natal e Ano Novo. Não estou afirmando com isso que a confraternização é algo desagradável. Apenas afirmo que esse espírito de colaboração mútua deveria ser estendido para todo ano.

As duas últimas semanas do ano comprovam que o consumismo apagou o espírito que o velho Noel nos trasmitias quando éramos crianças, o da esperança. Ao invés de refletirmos nossas atitudes ao longo doas 12 meses, nos auto-flagelamos para escolhes os melhores presentes e a mais perfeita ceia. Sem falar que o brasileiros parece esquecer que janeiro sucede dezembro, ou seja, a compra precede a dívida.

Como seria bom reunirmos familiares e amigos sem o compromisso de repetirmos a tradição de Baltasar, Melquior e Gaspar. Também seria perfeitos refletirmos de forma profunda que realidade estamos concretizando para nosso futuro. Vamos pensar mais no amanhã do que no hoje, até por que enquanto você termina de ler esse texto mais uma data em nosso calendários chega ao fim. E o que você fez nele?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tempo de aprender e ensinar

O Conselho Nacional de Educação aprovou as novas diretrizes curriculares para o ensino fundamental. Uma das determinações do CNE é que todos os alunos devem ser alfabetizados até os oito anos de idade. Também recomenda que as escolas não reprovem os alunos até o 3º ano.

Quanta bobagem. A psicologia aponta que cada criança tem seu tempo para aprender a ler e escrever. O limite estabelecido pelo Ministério da Educação não vai injetar o dom da leitura e da escrita nas veias infantis. As diretrizes deveriam ser focadas em outro aspecto: a qualidade do ensino público. Muitas instituições disponibilizam péssima estrutura no ambiente escolar, desqualificando o método de ensino.

É preciso urgentemente reformular o conteúdo programático de nossas crianças. Aulas de cidadania e relacionamento humano são mais prioritários que a mecanização do tempo para o ensino. Cada criança apresenta vistudes e desafios a serem cumpridos, sendo necessário um atendimento individual. Ainda vai chegar o tempo que o aluno vai ser tratado conforme suas demandas, não automatizado para o atendimento coletivo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eticamente moral ou moralmente ético?

Viver a realidade não significa entender a realidade. A necessidade de competir de
forma full-time impede que sigamos preceitos de reflexão do passado em razão da ausência de humanismo em certas decisões e o interesse pessoal acima do coletivo. O ser humano abandonou o interesse em descobrir sua origem, pois o factual é fundamental para a sobrevivência nesta eterna competição chamada vida.

Este processo altera o estado de consciência moral do ser humano, formado ao longo da vida. A infância caracteriza-se pelo momento de descoberta dos meandros da realidade do mundo. A fala, os objetos e a distribuição corporal formam esse mundo imaginário para a criança. Neste aspecto a família exerce um papel fundamental: apresentar os mecanismos de utilização dessas “ferramentas”.

No entanto, a realidade é a harmonização social, tão fundamental para o inter-relacionamento humano, sendo substituído pela “mecanização dos sentimentos”. Confunde-se muito moral e ética. Teoricamente, moral é entendida como o modo de
vida de cada um, baseado em normas impostas pela sociedade, enquanto ética é a reflexão crítica da moral. Entretanto, estas regras sociais são seguidas por muitos de
forma indiscriminada.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência que o leva a
distinguir o bem do mal no contexto em que vive, surgindo quando o homem passou a
fazer parte de agrupamentos, isto é, nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos.
A diferença prática entre Moral e Ética é que esta última é o juiz das morais. É uma
espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas. Mas a função fundamental
é a mesma de toda teoria: explorar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade.

A Moral não é somente um ato individual, mas também é um empreendimento social.
Precisamos, no entanto, compreender tais atitudes a partir da cultura do povo que
o indivíduo está integrado. O episódio da iraniana Sakineh Ashtiani, condenada à morte
no Irã por apedrejamento sob a acusação de manter uma “relação ilegal” com dois homens, é um exemplo de como a moral e a ética estão interligadas aos costumes de
cada nação. O Islã, religião vigente naquele país, permite esta atitude em nome da
“moral e dos bons costumes” oriental. Entretanto, se o mesmo ato fosse cometido em
território ocidental, a atitude seria diferente. O limite cultural é atingido com a desumanidade social.

Progresso imoral

Sociedade “é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, constituindo uma comunidade”. As caracteristicas de seus integrantes, no entanto, diferem-se ao longo da história, conforme o progresso histórico-social da cultura.

A escravidão impôs a ideia que um ser humano poderia assumir direitos de propriedade por meio da força sobre outro indivíduo considerado um rélis mortal pela sociedade. Esse pensamento retrógrado foi supostamente modificado com o surgimento do Feudalismo, quando da queda do Império Romano. A sociedade da época dividia-se em uma pirâmede invertida formada pelo Clero, Nobreza, Servos e Vassalos. Ao invés da exploração física do período anteriormente citado, instalou-se a economia baseada na agricultura de subsistência. Com o advendo do Capitalismo, via de regra o interesse humano voltou-se a busca frenética por bens materiais.

Uma análise superficial do cenário acima caracterizado poderia apontar uma evolução na moral social. A realidade, entretanto, mostra que houve uma adaptação para as necessidades da nova sociedade. Caracteristica surgida pela diversidade de culturas e costumes. No passado, por exemplo, o credo religioso era restrito ao catolicismo; hoje, entretanto, seitas religiosas foram criadas por dissidente de tais costumes.

O ser humano alcança o progresso moral quando tem ciente a forma que deve agir diariamente no convívio social e familiar. Esta forma de ação, no entanto, precisa estar ligada ao cumprimentos das leis vigente na cultura que seguimos e vivemos. Para tanto, é preciso que os indivíduos assumam de forma consciente as consequencias que seus atos poderão trazer. Tais escolhas devem estar moralmente justificadas.

Aristóles dá base a esse pensamento na medida que aponta duas condições para que o agente moral seja avaliado em sua moral. Segundo ele, “o sujeito não deve ignorar nem as circunstâncias nem as consequências de sua ação”.

A linha evolutiva humana trouxe consigo a necessidade do trabalho coletivo. A liberdade moral é responsável por comprometer a integridade social, ou seja, buscar resultados individuais tornou a sociedade um ambiente de constante disputa. O ser humano atinge o progresso moral quando seus atos voluntários agem de forma harmônica com os interesses da coletividade. O que se observa é a instauração da disputa entre o singular e o plural.

O respeito ao pensamento do semelhante é o primeiro pressuposto para o convívio social. Na Inglaterra, por exemplo, há um forte conflito entre skin reds com judeus e árabes. Diferença no credo religioso é o estopim para graves confrontos físicos entre eles. A questão é grave, pois não é aceitável que um nativo queira interferir nos costumes de um estrangeiro que vive no mesmo território.

A sociedade de hoje, onde o “capitalismo moral” vigora, só conseguirá alcançar seu verdadeiro papel e significado quando seus integrantes conseguirem trocar experiências com outras culturas. Atitude essa que deve acontecer respeitando-se a moral e costume dos semelhantes.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um pavio curto chamado WikiLeaks

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, pode ser considerado o homem mais corajoso do mundo. Divulgar 250 mil documentos secretos que tornou público a obscuridade atraiu a ira dos homens mais poderosos do mundo pelo fato de tornar público a obscuridade de governos de todos os continentes. A primeira imagem que esse australiano de 29 anos transmite é de um homem perspicaz, mas na verdade é um Robin Hood do terceiro milênio.

Não esqueçamos que tais documentos foram obtidos de forma obscura, à margem da lei. Está certo que apenas dessa forma pode-se descobrir irregularidades. Não é o caso. O conteúdo revelado na verdade não revela nada. São apenas opiniões pessoais a respeito de presidentes, chanceleres . É uma brincadeira digna do jogo verdade ou consequência, um falso teste na moral alheia. Seria um grande feito se as denúncias configurassem um Watergate II, não um rastilho de pólvora curta.

Mesmo assim repudiu as relaliações que Julian está sofrendo: fechamento de contas bancárias, site fora do ar e prisão na Suécia. Essa é a prova cabal que fazemos parte de uma sociedade camuflada em esteriótipos.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Natal consumista e sentimentalista

"Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez". A letra é tema de final de ano desde a Idade da Pedra. Estou exagerando, claro. Mas desde que fui apresentando nesse mundo ouço Simone interpretando a música Então é Natal em programas dos mais variados estilos. o sentimentalismo envolvido na mensagem é um rastro do verdadeiro sentimento na mudança de ano.

A palavra natal em inglês é christmas, a união de duas palavras (christ e mass) que significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido pois coincidia com os festivais pagãos chamados à natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrada em 25 de dezembro.

O verdadeiro espírito de Natal busca celebrar a união familiar, tendo como maior valor difundido o carinho e o respeito. Percebe-se, no entanto, que o Capitalismo assumiu a organização dessas festividades. O ato de trocar presentes à meia-noite de 25 de dezembro segue a tradição dos reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar, que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. O espírito consumista de hoje tornou tal atitude um verdadeiro martírio.

Propagandas de produtos extremamente caros despertam a cobiça e crianças, jovens e adultos. Não condeno aqui essa situação, apenas considero que as dificuldades financeiras impedem que muitas pessoas adquiram os regalos desejados, trazendo uma frustração depressiva.

Como seria bom experimentarmos uma noite de Natal regada apenas por gargalhadas e troca de confidências, sem o receio de entregar um presente que desgoste o próximo. É uma utopia, eu sei. No entanto, não custa dizer que "É Natal, pro enfermo e pro são.
Pro rico e pro pobre, num só coração. Então bom Natal, pro branco e pro negro.
Amarelo e vermelho, pra paz afinal".

sábado, 4 de dezembro de 2010

Competitividade amistosa

O relacionamento humano é um mistério maior que a fórmula do Guaraná Antártica. O olhar resultado de uma desconfiança muitas vezes diz mais que uma simples palavra. A sociedade de oportunidades, para não dizer oportunista, tornou senso comum agirmos de forma meticulosa. Vivemos em um Big Brother obscuro, onde somos interpretados e analisados conforme nos posicionamos de forma sincera e verdadeira.

O direito ao livre arbítrio é algo muito abstrato para o nível de competição encontrado na sociedade. Infelizmente vivemos em uma sociedade moldada por personagens fictícios encorpados em nossa personalidade. É o sujeito heterônomo, onde somos obrigados aliciados por gângster da massificação social.

Motivos são diversos: inveja, competitividade e raiva. Seria um verdadeiro oásis participar de um grupo social onde a função, e não papel, de cada um seja respeitado. O limite para intervenção é mais extenso que aquele observado por muitos.