sábado, 22 de janeiro de 2011

Ensino interpessoal

Leio no Portal R7 que “o número de cursos a distância oferecidos no Brasil cresceu quase 20 vezes entre 2002 e 2009, saltando de 46 graduações abertas para 844 no mesmo intervalo. Em porcentagem, o 'boom' representa 1.834% de crescimento em sete anos”. Penso que a única explicação para o fato é o tempo cada vez mais exíguo para ser dedicado ao estudo.

Tenho certa descrença em relação a essa modalidade de estudo. Nada substitui o relacionamento direto professor-aluno, através da confiança e cobrança. Transportar o ensino presencial para formação a distância é mais um sinal da mecanização do relacionamento humano.

Direcionar-se ao centro de ensino, mantendo contato presencial com colegas e professores tornam o ensino muito mais humano. Essa rotina pressupõe uma dedicação integral por parte do estudante, mas já o treina para o relacionamento interpessoal no mercado de trabalho.

Outra preocupação é o nível das instituições que oferecem tal modalidade de ensino. Esse relacionamento distante acaba por não possibilitar que o aluno conheça por completo os recursos oferecidos pelo centro universitário, gerando uma formação não suficiente para inserção qualificada no mercado de trabalho. Para solucionar esse problema basta uma cota de sacrifício do aluno para assistir as aulas pessoalmente, fato esse aliado a uma bolsa de preparo e conhecimento por parte das instituições de ensino e seus professores.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Controle remoto democrático

A televisão brasileira segue um padrão fundamental para uma sociedade justa: a democracia. Nela, existem programas voltados para as classes A, B, C e D. Um verdadeiros alfabeto de opções de entretenimento e informação.

Confesso que até pouco tempo demonstrava certa ojeriza por programas de linha sensacionalista. Considerava que estes eram maus exemplos aos jovens tupiniquins, Ledo engano. Após assistir, em 2008, a palestra do jornalista Sérgio Reis mostrou-me que a variedade é a melhor opção para a opinião publica.

Não esqueço até hoje a mensagem compreendida do encontro: a de que existe público para todos os gêneros de programas. Assim como eu prefiro programas apresentados por Caco Barcellos e Roberto Cabrini, existem telespectadores admiradores de atrações comandadas por Luciana Gimenez, Gugu Liberato e Raul Gil.

Um alerta, no entanto, é preciso ser feito: programas ditos populares precisam respeitar certos limites, tais como respeitar a classificação etária ao não incitar os jovens com o respeito a ética. Em outras palavras, chega de cigarros e cenas sensuais sendo liberados em reality shows que, apesar do horário, são assistidos por jovens de todas as idades. Apesar desse alerta, reitera-se que o controle remoto pode acessar desde documentários até entretenimento, independente da classe social.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Burrocracia

A enchente que atingiu municípios do Rio de Janeiro nos últimos dias já matou centenas de pessoas. São cidadãos comuns, em dia com os tributos, que perdem a moradia de forma instantânea. A tragédia atingiu, em grande parte, casas frágeis localizadas em barrancos, mas também houve os mais afortunados que perderam familiares e amigos.

A responsabilidade não pode ser atribuída apenas aos moradores que construíram suas moradias em regiões de risco. Segundo Debarati Guha-Sapir, diretora do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (CRED), localizada em Bruxelas, na Bélgica, as consequências das inundações são agravadas pela urbanização caótica, pelas altas concentrações demográficas e pela falta de atuação do poder público.

O alerta enviado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) enviado horas antes do início das fortes chuvas as Defesas Civis dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis – maiores atingidos pela fúria da natureza – não foi encaminhado para a população. A justificativa apresentada foi falta de tempo. Bobagem. O intervalo entre o alerta do órgão e o início do temporal, embora tenha sido de quatro horas, era suficiente para retirar muitos moradores das regiões de risco.

O Brasil enquadra-se como um dos países mais arcaicos em comunicação de alertas de chuvas torrenciais. Na Austrália, por exemplo, moradores residentes em zonas de riscos são comunicados via correio impresso ou virtual de chuvas de graves conseqüências. Os mesmos são convocados a dar explicações as autoridades em caso de não cumprimento da ordem governamental. Quanta diferença.

Quantas Marias, Josés e Pedros terão de morrer de forma trágica para nossos governantes preocuparem-se mais com o plano diretor das grandes cidades. Não é justificativa que não existe destino para o grande número de moradores que ocupam regiões de perigo. Basta facilitar mais ainda o acesso destes a créditos que possibilitem a aquisição de moradias próprias. Chega que Robbin Hoods surgidos em momentos como esse. Precisa-se de mais Gasparzinhos para colocar o discurso da boa vizinhança em prática.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Animais racionais e humano irracionais

A imagem de uma mulher tentando se salvar junto com seu cão durante as enchentes em São José do Vale do Rio Preto, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (12), é comovente. Mostra que ainda existem seres humanos preocupados em salvar a vida de animais mesmo em meio a tragédias, mesmo que essa atitude coloque em risco sua própria vida.

Como seria bom se outras pessoas guiassem suas relações com os animais pela compaixão dessa mulher. Mas, como diz Dinho Ouro Preto: “Essa mundo perfeito nunca vai existir”. Estamos cercados por sujeitos abomináveis, ditos humanos, que maltratam animais das mais variadas formas: supressão de alimentos, agressão física e abandono.

Este último é punível pelo artigo 32 da Lei 9.605/98 do Código Civil brasileiro. A infração configura ato que priva o acesso do animal à alimentação e demais cuidados. O crime torna-se mais grave quando a pessoa abandona o cão que está sob seus cuidados, deixando o animal incapaz de defender-se dos riscos. O ato é configurado na mobilidade abusiva contida no mesmo artigo.

A prática, no entanto, é bem diferente. No Brasil, a fiscalização é insuficiente para punir os ditos seres humano que maltratam animais. O artigo citado acima serve apenas como desvio de atenção da punição necessária: a prisão. Qual a razão para distinguir uma agressão praticada contra uma pessoa para uma realizada em animais. As feridas são as mesmas.

Afirmar que os animais são os melhores amigos do homem é uma das maiores verdades entre os seres racionais. Cães, gatos e afins definem seus donos através do cheiro. O carinho dedicado pelos quadrúpedes não acontecem com o objetivo de receber algo em troca.

Ao contrário do ser humano, os animais objetivam como única recompensa o recebimento de atenção. A recíproca, no entanto, nem sempre é verdadeira. Muitas indivíduos consideram seus cães e gatos não como companheiros, mas sim estorvos necessários apenas para manter a segurança da residência.

Indigna-me esse destrato pois um animal de estimação vive em minha casa: uma coelha. O carinho dedicado por ela a toda minha família é comovente. Através do olhar, ela expressa sua gratificação pelo carinho que recebe de todos, além comunicar pela expressão o momento que deseja alimento ou um simples “cafuné”. O dia que todo ser humano descobrir o real papel deste ser dito irracional, atos de desprezo serão substituídos por simples e fundamentais segundos de atenção.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Verdade acima da demagogia

Como é difícil encontrarmos na vida pessoas sinceras e verdadeiras. Diriam os mais prolixos que a situação é resultado da sociedade capitalista. Pura teoria. Estamos cercados de interesses comerciais resultantes de uma ferrenha competição por uma boa colocação no mercado de trabalho, resultando em uma estabilidade financeira.

Amigo é um artigo em extinção no mercado da vida. Hoje existem mais colegas e conhecidos nas áreas social e profissional. Uma saída para tanto seria analisarmos as atitudes daqueles que nos cercam de forma individual. Mas quem somos para chegarmos a um veredicto? Diria que fomos concebidos como meros mortais, suscetíveis a erros e acertos, resultado de inúmeras tentativas

Exemplifico o cenários ideal com o nome de uma pessoa que conheço e confio plenamente: Simone Ludwig. Ela é uma pessoa plenamente transparente nas atitudes, mostrando-se receptível para não apenas desabafar no momento de dificuldade, mas sim ouvir atentamente as lamúrias daqueles que mantém contato. É divertida, ao mesmo tempo séria nos momentos profissionais, onde coloca em prática todo o talento para o Jornalismo. Não é demagoga, mas sim verdadeira.

Com o exemplo acima quero mostrar que é possível encontrarmos pessoas que não concebam um personagem para atrair pessoas. No entanto, nunca estaremos livres de colegas que, dentro do Regime de Ocupação de Espaços, tenham como meta prejudicar e sabotar nosso trabalho, ou então o dito amigo que se apresenta apenas no momento de diversão, afastando-se no instante do desabafo. A saída é não confiamos em todos desde o primeiro contato, mas sim identificarmos nos grupos citados acima através de atitudes.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Pai também deve condenar Battistis

Última manchete de 2010: “Lula decide não extraditar Cesare Battisti”. Faltou apenas acrescentar que o agora nosso ex-presidente manteve em território tupiniquim um condenado pelo governo italiano à prisão perpétua acusado de quatro homicídios. Os crimes teriam sido cometidos no período que o escritor pertenceu aos Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo armado de extrema esquerda, ativo na Itália no da década de 70, período marcado por ataques terroristas de organizações da extrema esquerda e direita.

Battisti é conhecido em todo mundo como um importante ativista. Aliás, cabe uma observação sobre esse termo. Ativismo, no sentido filosófico, é definido como “qualquer doutrina ou argumentação que privilegie a prática efetiva de transformação da realidade em detrimento da atividade exclusivamente especulativa. Nesse sentido, freqüentemente subordina sua concepção de verdade e de valor ao sucesso ou pelo menos à possibilidade de êxito na ação”. Na prática, nada mais é que uma manifestação individual ou coletiva na defesa de um tema favorável à sociedade.

Observa-se, no entanto, uma generalização dessa organização. O ativismo correto não compactua com atos violentos e ataques pessoais, muito menos homicídios. Portanto, saibamos diferenciar os pacificadores de meros lunáticos.

Voltando à questão do lunático italiano, Lula interferiu em uma decisão que cabia apenas ao governo da terra de Silvio Berlusconi. É mais uma prova da intervenção esquedista indevida na justiça do país alheios, cujas consequência podem ir de uma simples relatiação diplomática até um bloqueio comercial. Péssima manneira de terminar um mandato.

No Brasil, após o Ditadura Militar, autores de crimes cometidos no período sob a justificativa da defesa do território nacional foram perdoados. A Anistia Política não chegou à Itália, onde todo criminoso é enquandrado da mesma forma, independente da década que foi cometido. Por isso, o governo tupiniquim possui esse espírito paternalisma, abrindo espaço para filhos de outras nações. Os presidenciais devem ser os mesmos, não importando a ideologioa política.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Condenado pelo sentimento de culpa

A Culpa refere-se à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a seu semelhante. O processo de identificação e atribuição de sentimento pode ser dividido em dois aspectos: No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e imperfeições. No sentido objetivo, considera-se um atributo que um grupo aplica a outro indivíduo por meio da avaliação de seus atos, quando esses provocam prejuízos aos seus semelhantes.

Muitas são as obras que tentam desvendar o mistério envolvendo o despertar da culpa por parte do ser humano. No livro “Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas”, Yves de La Taille trata com precisão de diversas questões para as quais a Psicologia Moral moderna tem procurado respostas. Ele inicia a análise afirmando que essa moralidade da forma que interpretamos nossas ações, baseada na conseqüência psicológica que tais atitudes podem provocar em nossos semelhantes. Esse sentimento é inerente ao ser humano.

Ruth Benedict, no livro “O Crisântemo e a Espada”, exemplifica através dos costumes da cultura japonesa, alerta para a importância de diferenciarmos aqueles que enfatizam a vergonha e a culpa. As verdadeiras culturas da vergonha seriam aquelas que salientam os imperativos externos para garantir a boa conduta, ao passo que as verdadeiras culturas de culpa (Benedict coloca como exemplo a cultura dos Estados Unidos) assegurariam a retidão do comportamento pela interiorização de uma idéia de pecado, ou de alguma falta moral equivalente. A vergonha se configuraria, então, como reação à crítica dos demais, para vivenciá-la seria necessária a presença ou ao menos a suposição de uma platéia.

É importante, no entanto, que saibamos as diversas vertentes do sentimento de culpa. No Direito, por exemplo, é a responsabilização do indivíduo que comete um delito que infringe o Código Penal. Psicologicamente, o querer fazer moral é considerado a partir do remorso que o ser humano sente após cometer um erro. A religião, por sua vez, considera a culpa uma transgressão de uma norma religiosa.