sábado, 1 de janeiro de 2011

Condenado pelo sentimento de culpa

A Culpa refere-se à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a seu semelhante. O processo de identificação e atribuição de sentimento pode ser dividido em dois aspectos: No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e imperfeições. No sentido objetivo, considera-se um atributo que um grupo aplica a outro indivíduo por meio da avaliação de seus atos, quando esses provocam prejuízos aos seus semelhantes.

Muitas são as obras que tentam desvendar o mistério envolvendo o despertar da culpa por parte do ser humano. No livro “Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas”, Yves de La Taille trata com precisão de diversas questões para as quais a Psicologia Moral moderna tem procurado respostas. Ele inicia a análise afirmando que essa moralidade da forma que interpretamos nossas ações, baseada na conseqüência psicológica que tais atitudes podem provocar em nossos semelhantes. Esse sentimento é inerente ao ser humano.

Ruth Benedict, no livro “O Crisântemo e a Espada”, exemplifica através dos costumes da cultura japonesa, alerta para a importância de diferenciarmos aqueles que enfatizam a vergonha e a culpa. As verdadeiras culturas da vergonha seriam aquelas que salientam os imperativos externos para garantir a boa conduta, ao passo que as verdadeiras culturas de culpa (Benedict coloca como exemplo a cultura dos Estados Unidos) assegurariam a retidão do comportamento pela interiorização de uma idéia de pecado, ou de alguma falta moral equivalente. A vergonha se configuraria, então, como reação à crítica dos demais, para vivenciá-la seria necessária a presença ou ao menos a suposição de uma platéia.

É importante, no entanto, que saibamos as diversas vertentes do sentimento de culpa. No Direito, por exemplo, é a responsabilização do indivíduo que comete um delito que infringe o Código Penal. Psicologicamente, o querer fazer moral é considerado a partir do remorso que o ser humano sente após cometer um erro. A religião, por sua vez, considera a culpa uma transgressão de uma norma religiosa.

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