domingo, 5 de dezembro de 2010

Natal consumista e sentimentalista

"Então é Natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra vez". A letra é tema de final de ano desde a Idade da Pedra. Estou exagerando, claro. Mas desde que fui apresentando nesse mundo ouço Simone interpretando a música Então é Natal em programas dos mais variados estilos. o sentimentalismo envolvido na mensagem é um rastro do verdadeiro sentimento na mudança de ano.

A palavra natal em inglês é christmas, a união de duas palavras (christ e mass) que significa missa de Cristo ou missa de natal. O dia 25 de dezembro foi escolhido pois coincidia com os festivais pagãos chamados à natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrada em 25 de dezembro.

O verdadeiro espírito de Natal busca celebrar a união familiar, tendo como maior valor difundido o carinho e o respeito. Percebe-se, no entanto, que o Capitalismo assumiu a organização dessas festividades. O ato de trocar presentes à meia-noite de 25 de dezembro segue a tradição dos reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar, que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. O espírito consumista de hoje tornou tal atitude um verdadeiro martírio.

Propagandas de produtos extremamente caros despertam a cobiça e crianças, jovens e adultos. Não condeno aqui essa situação, apenas considero que as dificuldades financeiras impedem que muitas pessoas adquiram os regalos desejados, trazendo uma frustração depressiva.

Como seria bom experimentarmos uma noite de Natal regada apenas por gargalhadas e troca de confidências, sem o receio de entregar um presente que desgoste o próximo. É uma utopia, eu sei. No entanto, não custa dizer que "É Natal, pro enfermo e pro são.
Pro rico e pro pobre, num só coração. Então bom Natal, pro branco e pro negro.
Amarelo e vermelho, pra paz afinal".

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