quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O limite entre o Jornalismo e a vida

O encerramento da edição de hoje (25) do Jornal da Record surpreendeu ao apresentar o nome dos cinegrafistas envolvidos na cobertura na guerra urbana entre traficantes e policiais no Rio de Janeiro. O reconhecimento é louvável em razão do risco que os profissionais da comunicação enfrentam para levar ao grande público fatos como esse.

A iniciativa me fez refletir qual o limite na busca pela informação. Há oito anos, o repórter Tim Lopes foi morto de forma cruel por traficantes de uma favela carioca. Muitas pessoas criticaram o fato de Lopes arriscar-se ao gravar imagen do local sem qualquer proteção. A paixão pela investigação de irregularidades desperta em jovens e experientes profissionais da comunicação uma falta camada protetora.

O risco é iminente, mas o prazer oriundo de uma denúncia levada ao ar compensa. Por outro lado, nada é mais na vida que a integridade física, privilégio colocado na linha tênue que sustentam microfones, câmeras, gravadores, canetas e blocos.

Mesmo com a expansão da internet, as oportunidades para jornalistas está cada vez mais exíguo. Chegam ao seleto grupo dos empregados apenas aqueles que obtém de forma contínua os "furos" (informações em primeira mão no jargão popular). A pressão, no entanto, cega chefes e funcionários do risco do limite na investigão.

Minha intenção não é criar a categoria de jornalistas que não saibam enfrentar desafios, mas sim mostrar que, ao contrário do poder policial, não possuímos treinamento específico para enfrentar situações de perigo extremo. Tudo é questão de estruturação.

Um comentário:

  1. Concordo contigo. A segurança pessoal tá acima do risco que o jornalista sofre nas cobertura.
    Abraço!

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